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Participar de uma escavação arqueológica em Jerusalém

Sagrado para judeus, muçulmanos e cristãos, o Monte do Templo, em Jerusalém, é intenso. E tenso. Local hoje da Esplanada das Mesquitas, foi o marco-zero de todos os conflitos recentes Israel-Palestina. A Segunda Intifada, por exemplo, começou quando Ariel Sharon foi rezar lá. Mas vamos nos ater ao “intenso”: ficavam ali o Templo de Salomão e o Templo de Herodes — que se acredita ter sido o Monte Moriah bíblico, onde Jacó teria quase sacrificado Isaac. Ser um barril de pólvora talvez explique por que apesar de Jerusalém ser uma das cidades mais escavadas arqueologicamente no mundo, nunca houve uma exploração sistemática no Monte do Templo. Até há pouco.

É aí que entra o Temple Mount Sifting Project, tocado pelos arqueólogos Gabriel Barkay e Zachi Dvira, sob os cuidados da Universidade Bar Ilan. Os caras não são loucos de ir cavar por lá, até porque é território do Waqf, o departamento que cuida dos locais sagrados muçulmanos, mas tiveram a ideia de pegar a terra que veio de lá. Em várias ocasiões no último século, para tocar projetos de renovação, o Waqf retirou com maquinário pesado toneladas de terra do Monte do Templo e jogou em Kidron Valley. De lá vieram os baldes que esperam pelos viajantes na tenda montada em Emek Tzurim National Park, na Universidade Hebraica de Jerusalém.

Após uma breve explicação histórica e do que já foi encontrado ali, vamos aos baldes. É preciso jogar a terra sobre uma grande peneira e, com o auxílio de um jato d’água, separar a parte sólida. Começa então um detalhado trabalho de formiguinha que os filmes de Indiana Jones não nos contam: separar o que é simplesmente pedra ordinária de pedacinhos de metal, revestimento de antigas construções, ossos, mosaicos, cerâmica, etc. Tem muita coisa da época do Primeiro Templo (século 10 a.C), e algo ainda anterior a isso. Destes baldes já saíram 5 mil moedas, pedaços de joias, contas, fragmentos de vasos… Claro que todo mundo quer encontrar as moedas.

Os arqueólogos acompanham de perto o trabalho dos “iniciantes” e ninguém pode jogar os restos de cascalho sem uma checagem final dos monitores. Tudo que é encontrado vai para uma área de classificação e os pedacinhos mais interessantes da manhã são exibidos no final, com uma breve explicação. Não tem balde sem pedacinhos de história e encontrá-los vira quase uma obsessão. Sim, dá um orgulho danado saber que foi você o descobridor daquela cerâmica desenhada que o arqueólogo acredita ter 3500 anos.

Quando ir: O ano inteiro.

Quem leva: para participar do Temple Mount Sifting Project é preciso reservar com alguma antecedência através do tel. 02-6275050. Funciona de domingo a quinta, das 8h às 16hs, e às sextas das 8hs às 13hs. Custa NIS 24.

Para entrar no clima: Rever alguns Indiana Jones nunca é demais.

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