A Antártica não é apenas o continente mais ermo e inóspito do mundo. É também o mais complicado de ser atingido. Para chegar lá é preciso pegar uma embarcação e atravessar a Passagem de Drake, que tem o mar mais violento do mundo, fruto do encontro dos oceanos Atlântico, Pacífico e Antártico. Vencidas as ondas de 8 a 11 metros, alcança-se a Península Antártica e entra-se em um cenário completamente virgem, em que o branco impera. Um cenário em que as montanhas geladas do Continente delineiam estreitos e baías e que pedaços de gelos desprendidos, os majestosos icebergs, flutuam no mar, dando abrigo a pássaros, pinguins, focas, leões marinhos…
E o que se pode fazer em um lugar desses? Observar a natureza longe de seu principal predador, o homem. Os animais marinhos andam, nadam e voam livres, em enormes bandos, desenvolvendo coreografias. Todos os cruzeiros para cá têm especialistas que explicam sobre esse meio-ambiente incomum e sobre seus animais. As aulas abordam diversos aspectos: clima, biologia, geografia e até história das expedições que vieram explorar essas bandas como as do norueguês Amundsen e do britânico Shackleton.
Quando se escolhe embarcações menores, com um número de viajantes menor, caso do Ocean Endeavour, é possível desembarcar na Antártica, caminhar sobre o chão de gelo e ver (e, claro, fotografar) os animais de pertinho. As viagens mais recentes têm incluído alguns esportes aquáticos como caiaque e stand up paddle (claro, se você já for adepto deles e estiver em plena forma física). Há até a opção de passar uma noite inteira acampado em terra! Uma aventura que tem tudo para não ser uma fria.
Quando ir: no verão, de dezembro a março.
Quem leva: Antártica Expeditions.
Ideal para: quem não enjoa em alto-mar.
Para entrar no clima: leia Endurance (Companhia das Letras), romance da jornalista Caroline Alexander que descreve a terceira expedição de Ernest Shackleton à Antártica, em 1914.
Um possível substituto: ver pinguins na Patagônia Argentina.